sábado, 5 de dezembro de 2009

COMENTÁRIOS SOBRE AS APRESENTAÇÕES 04.12.2009

Hoje encerramos as apresentações da nossa disciplina de Cibercultura, neste segundo semestre de 2009. Como dito em sala, sinto-me satisfeito, pois conseguimos
finalizar uma cadeira com o propósito inicial, com um olhar crítico sobre o processo de socialização através das ferramentas disponíveis neste meio virtual.
MANHÃ
Equipe TWITTER: Problemática bem desenvolvida e consistência no trabalho. Alguns pontos poderiam ser melhor abordados se remetessem a disciplinas
anteriores (nota X notícia, em redação de gêneros jornalísticos, por exemplo... já que pontuaram tão bem a questão do "yes, we créu" como formação de pauta). Peço que revejam a "importância" dada ao LEAD neste novo veículo informacional, onde a forma de ler e de
produzir textos tem que ser repensada... não podemos viver atrelados a modelos retrógrados, e pouco funcionais. Sem querer, vocês tocaram na disfunção
narcotizante da teoria funcionalista - e poderiam ter explorado-a. Parabéns pelo trabalho!
Equipe MYSPACE: Bom trabalho e boa pesquisa - SÓ UMA COREÇÃO, EM
RELAÇÃO AO MÉTODO: trata-se de ESTUDO DE
CASO e não Grupo Focal.
Equipe BLOG: Excelente pesquisa em termos de elaboração e apresentação. A comprovação do
desconhecimento da maioria presente ao fato do título de cidadã fortalezense conferido
à Dilma Rouseff, mostra como ainda utilizamos mal a Internet. Ainda
mais por comunicológos em formação! Vejam que se até a prefeita está atualizada em relação aos comentários, é realmente uma fonte de formação de opinião
pública - e que mostra ser fonte para outras mídias, seja pela prontidão nas informações postadas, seja pela facilidade de
leitura dessas mesmas informações.
NOITE
Equipe FLICKR: a equipe realmente acha que é um site para profissionais, e por isso,
talvez, não tenha dado tão certo no Brasil - como foi nos EUA? Ou o problema, repito, é que não somos uma nação que está incluída no meio digital... Temos
acesso e equipamento hoje em dia, mas ainda falta o "know-how". Outro ponto bem apresentado foi a
diferenção cultural em relação ao comportamento nas redes sociais atuais e virtuais entre nós, brasileiros, e os americanos, por
exemplo. Só que adjetivar uma de "calorosa" e outra de "fria", ressalta um certo
preconceito, pois está atribuindo valor... Pensem a respeito! No mais, um bom trabalho!
Equipe SECOND LIFE: Trabalho com boa fundamentação e coerente com a
problemática lançada - aliás, acompanhei o processo de construção quase que diariamente, através de e-mails com a equipe. A apresentação dos resultados tabulados
poderia ter sido bem melhor explanada - o que constitui o grande problema da apresentação - mas que não invalida, de maneira nenhuma, o trabalho de
pesquisa. Só um lembrete: preocupem-se mais com a dicção e os termos utilizados numa
apresentação oral - isso ajuda a "vender" o produto - e como publicitários, vocês precisarão dessa ferramenta. Gostei muito do progresso de
perceção do ambiente, que começou como um jogo até se tornar o que é hoje, mas a equipe AINDA se refere ao SL como um jogo - cuidado! No mais, meus sinceros
parabéns à equipe!
Equipe ORKUT 1: excelente pesquisa, ótima fundamentação, e trabalho muito bem estruturado... Cuidado com a exposição de imagens e dados
pessoais sem prévia autorização, isso comprova falta de ética na pesquisa. No mais, ótima apresentação!
Equipe ORKUT 2: Boa
problemática, ótima metodologia, porém a análise em si deixou a desejar... Os 5 perfis analisados poderiam ter sido mais bem explorados. Boa
fundamentação com DEBORD, no que se refere à espetacularização - relacionem isso com a questão da MEDIAÇÃO (tema central da
comunicação na modernidade).
Equipe YOUTUBE: ôooo trabalho suado... demorado... MAS QUE MERECEU O ESFORÇO! Ótima apresentação e
desenvolvimento... Imagino e questiono-me se tivessem levado o mesmo a sério há mais tempo... Seria um TCC??? A equipe está de
parabéns pelo resultado, porém merece um grande puxão de orelha pela falta de comprometimento no momento apropriado ao
desenvolvimento do mesmo.
Agradeço a tod@s desta disciplina, de ambas as turmas, pelos momentos de aprendizagem compartilhados. No mais, para o que precisarem, estamos por aqui... E lá pelo mundo atual, também!
Abraços virtuais!
Prof. Lins

terça-feira, 1 de dezembro de 2009

COMENTÁRIOS SOBRE AS APRESENTAÇÕES 27.11.2009

Continuando o processo de análise das apresentações - e desculpando-me, mais uma vez, por estar sem voz durante estas apresentações, mas satisfeito com os trabalhos desenvolvidos, esboço os comentários deste dia de seminário.
MANHÃ
Equipe TWITTER: A equipe conseguiu delimitar bem a problemática e desenvolveu o trabalho com uma base teórica sólida. Senti falta da explicação de quantos usuários foram entrevistados, bem como vocês devem expor as considerações finais de um relatório e não as "conclusões". O funk, embora rico para a discussão, foi mal utilizado, o que o
deixou sem funcionalidade. Àqueles com o poder da oratória, cuidado para não "atropelar" os colegas que falam menos nas apresentações orais. Embora com alguns problemas nas referências, a equipe está de parabéns! Nota máxima.
Equipe SECOND LIFE: NÃO PRECISA DIZER QUE ESSE TEMA É O MEU XODÓ (risos), mas vi uma excelente pesquisa, embora alguns participantes deveriam ter se exposto mais na apresentação. Uma excelente comparação sobre a construção de avatares - sobre os "SIMPSONS", lembrem-se que BART é um anagrama de "brat" (traquino, peralta, em inglês - e que cai bem para o seu criador, e o personagem que ele personifica). Boa fundamentação da psicanálise freudiana e junguiana, ainda que limitada - fato totalmente compreensível, dado o tempo de pesquisa. Faltou uma precisão na aplicação dos questionários e uma distinção entre usuários brasileiros e estrangeiros. Por fim, a
"Alegoria da Caverna" é uma obra platônica e não socrática (pelo menos no registro da autoria, pois sabemos que Platão foi o primeiro discipulo do Grande Mestre a sistematizar seu pensamento). Nota máxima!
Equipe ORKUT: Bom trabalho. Duas coisas que os prejudicou foram: (1) a má delimitação do tema e (2) a amostra viciada. Mas, como combinado, não os julgaria por esses critérios metodológicos, o objetivo, dado o pouco tempo que tivemos para a realização desta atividade, era introduzi-los no mundo da pesquisa acadêmica. E nisto, a equipe está de parabéns, pois mostrou uma metodologia sistematizada e coerente com o estudo foi aplicada. Boa fundamentação para desenvolver a problemática. Nota máxima!
Equipe FLOG: A apresentação deixou a desejar. Houve discordância de material apresentado entre os dois componentes da equipe. Não houve trabalho realizado em
conjunto. A avaliação seguirá outros procedimentos.
NOITE
Equipe FACEBOOK: a equipe se confundiu um pouco na elaboração dos slides, mas, como já dissemos, a avaliação não inclui o rigor da MTC. A fundamentação poderia estar mais sólidamente construída, mas satisfaziam às necessidades. Bom trabalho, no geral. Nota máxima!
Equipe BLOG: Trabalho sem fundamentação e não coerente com a problemática lançada. Um excelente apresentação do tema recortado (repito, o recorte de vocês foi bom, mas não houve pesquisa - faltou um levantamento bibliográfico, uma busca de referências, etc.) - mas cuja análise ficou apenas na dimensão empírica. Damião mostrou uma grande facilidade para as exposições orais - deve aproveitar desta facilidade para apresentar suas
pesquisas bem fundamentadas - mas isso requer tempo, participação e comprometimento. pode-se perceber a reação positiva a um trabalho bem fundamentado, quando este gera discussão entre a turma - o que não foi o caso. Faltou por parte da dupla a busca pela orientação oferecida.
Equipe TWITTER: Questionar a funcionalidade desta ferramenta como rede social ou rede de notícias, não exclui uma das possibilidades, mas a problemática foi bem delimitada e desenvolvida. Parabéns ao Tom e Eveline, que demonstraram, na apresentação, um domínio no aporte teórico. Os slides foram muito bem construídos. A equipe está de parabéns! Nota máxima
À grande maioria que apresentou seus seminários nesta data, meus parabéns! Mostraram o fruto de uma pesquisa realizada. Já disse que a formação profissional é algo que exige tempo, dedicação e comprometimento. Engajar-se com o processo de conhecer é viver a vida, e não apenas "passar" por ela.
Um forte abraço!

segunda-feira, 23 de novembro de 2009

COMENTÁRIOS SOBRE AS APRESENTAÇÕES 20.11.2009

Vamos lá, galera! Não poderíamos cortar o processo que vem sendo desenvolvido na disciplina agora! Então, a seguir, reforço os comentários feitos após as apresentações das equipes, nos seminários que concluem esta segunda etapa do semestre.
MANHÃ
Equipe FLIRCK: excelente apresentação em relação à organização da equipe, diagramação do material, e domínio do conteúdo. O recorte da pesquisa foi claro e objetivo, o que fez com que a metodologia escolhida se adequasse bem, resultando em considerações finais pertinentes. Embora, fosse tema para uma outra pesquisa, a equipe colocou um questionamento interessante, retomado pela equipe que trabalhou o Facebook: por que a necessidade de se responder a uma mensagem representada por uma imagem com uma linguagem verbal? Por que é tão difícil construir um comentário com uma outra imagem? Fica aqui, mais uma prova de que, estudar os recursos semióticos (da imagem, também) é algo necessário para os comunicólogos em formação... Afinal, embora a lei diga que jornalista não precisa de diploma, e que um pedaço de papel REALMENTE não garante uma formação adequada, não há como se profissionalizar senão houver essa interação entre ALUNOxACADEMIA. A equipe está de parabéns! Nota máxima.
Equipe FACEBOOK: excelente pesquisa, comprovada através do trabalho escrito e pelo acompanhamento via MSN, com um dos componentes, embora a apresentação falhou na questão do material de apresentação. Foi especificado que as equipes deveriam apresentar seus relatórios em POWER POINT, explicitando cada uma das etapas da pesquisa e seus resultados. E que deveria ser entregue, no final, uma cópia impressa do relatório e um CD com uma versão digital, os slides e qualquer outro material utilizado. A seleção do 'corpus' foi pertinente com o tema e a fundamentação teórica foi adequada: uma boa junção dos estudos culturais com a análise da imagem estática. Nas considerações finais, Manuela colocou algo interessante para se refletir: "[...] as pessoas reagem, à primeira vista, às imagens postadas de maneira mais emocional do que racional [...]". Não seria essa, uma característica tribal pertinente a essas comunidades virtuais da web 2.0? A
racionalização é uma manifestação que veio com o processo civilizatório, o que não quer dizer que as culturas primitivas não tinham as suas formas de interpretar e as suas manifestações culturais. Interessante perceber como nós nos prendemos à questão da escrita, o que nos leva à necessidade de revisitar o texto de Joelma Chisté Linhares, postado em 21 de agosto neste blog.
Equipe ORKUT: O trabalho foi bem apresentado, as considerações finais foram condizentes com a proposta do estudo, e a apresentação foi bastante dinâmica e interativa. A equipe pecou apenas na escolha da metodologia: não se trata de uma pesquisa de Grupo Focal, mas um Estudo de Caso. Mas cuidado com a exposição dos conceitos (ou como eles são percebidos pela massa) de REAL, ATUAL/PRESENCIAL e VIRTUAL. Ao apresentar "PRINTS" de sites, etc, cuidem para fragmentar a imagem daquela parte apresentada para que fique mais fácil de visualização. E lembrem-se: falar sobre experiências próprias (empirismo) é o início do
conhecimento científico, ou seja, da pesquisa, mas não podemos nos fundamentar nessas experiências - as argumentações ficam vazias. Entretanto, acompanhei o desenvolvimento do trabalho e percebi o empenho dos componentes. Ainda aguardo o material a ser entregue!
Equipe BLOG: excelente apresentação! Um recorte bem feito e coerente com a pesquisa: o blog-coluna esportivo de Milton Neves (http://blog.miltonneves.ig.com.br). Tanto a fundamentação, quanto a diagramação e a apresentação do trabalho estão de parabéns! Conceitos como "democracia", "meio/mediações/moderação" foram bem interpretados. A equipe está de parabéns! Nota máxima.
NOITE
Equipe ORKUT: a equipe se confundiu um pouco nos slides, na sua elaboração e digitação - fato que foi justificado pela Vivalda como sendo resultante do pouco tempo que houve para sua digitação (o que não justifica, dado o tempo que esse trabalho foi anunciado). A fundamentação do trabalho deixou um pouco a desejar (por tratarem da questão de identidade, senti falta de HALL e GIDDENS), mas as análises foram bem sistemáticas e pertinentes com a metodologia proposta. As considerações finais (e NÃO conclusões, ok turma?!) foram coerentes com a problemática. Uma colocação bem pertinente da equipe: "[...] comunidade [...] gera código e estruturas próprias [...]". Em relação a isso, revejam os comentários feitos sobre as duas primeiras apresentações da turma da manhã. Bom trabalho, no geral.
Equipe MySPACE: Trabalho bem fundamentado e coerente. Um excelente apresentação, Andrea mostrou segurança e domínio do assunto. O tema abordado gera discussões sobre as questões de direitos autorais e questões mercadológicas do consumo de música/arquivos de música, no que diz respeito ao download, que poderia ter sido abordado pela equipe. Em relação ao método, "visitar perfis e observar..." não é um método, mas são procedimentos. Assim, acredito que o método utilizado pela equipe foi o Estudo de Caso. Uma colocação em relação à fundamentação teórica: vocês disseram que Lemos (se não me engano) fala que "a sociabilidade do ciberespaço é uma forma de contracultura", em relação a isso, sugiro a leitura de um artigo do próprio Lemos em (http://www.facom.ufba.br/pesq/cyber/lemos/cibersoc.html), acredito, inclusive, que este artigo vai orientar algumas colocações do Edson, propostas na apresentação anterior sobre sociedade do espetáculo. Foquem a leitura na parte do texto que fala sobre a ciber-socialidade,
especificamente. Boa diagramação dos slides. A equipe está de parabéns! Nota máxima.
Equipe BLOG: A equipe está de parabéns! Nota máxima, sem outro comentário a fazer, senão a questão da utilização da voz. Quando pensa-se em uma apresentação para um público (independente do tamanho deste), deve-se pensar em ser ouvido. Então, se o apresentador não tem um recurso vocal potente, deve utilizar-se de recursos eletrônicos. Acredito que a audiência perdeu alguns pontos do excelente trabalho por esse motivo - o que foi uma pena, pois a equipe se propôs a analisar a utilização deste blog por parte dos alunos da disciplina. Em termos gerais, as conclusões foram 80% de utilização eficiente da ferramenta, entretanto apenas 68% utilizaram-no de maneira eficaz (com comentários questionadores, debatedores ou sintetizadores, descartando os de natureza reativa, ou sem contribuição). Para chegar a
esse resultado, a equipe se valeu de uma pesquisa em educação à distância, com um cálculo estatístico, analisado a partir de duas postagens, considerando apenas o conteúdo (vide critérios acima) dos alunos, descartando a participação do professor. Enfim, trata-se de um trabalho relevante, que peço a Henrique e à turma disponibilizar a quem se interessar.
A todos os que apresentaram seus seminários nesta data, meus parabéns! Todos mostraram o fruto de uma pesquisa realizada. O grau de maturidade acadêmica não deve ser motivo para prepotência ou baixa-estima, antes, a certeza de que a formação profissional é algo que exige tempo, dedicação e comprometimento. E, como crente no processo de construção coletiva do saber, coloco-me à disposição dos que queiram participar deste processo.
Um forte abraço!

sábado, 7 de novembro de 2009

SOBRE MÚSICA ELETRÔNICA (AULAS 30/10 e 06/11)

Após nossa aula sobre música eletrônica, ciberpunk e cidades virtuais, gostaria de pontuar algumas poucas reflexões: 1- SOBRE MÚSICA ELETRÔNICA, PERCUSSÃO E MOVIMENTO: por que temos aquela sensação de que não podemos ficar parados ao ouvirmos o "batidão"? Então é isso, música eletrônica está associada à batida. Batida nos leva aos mais primitivos dos instrumentos musicais, os instrumentos de percussão. Na verdade, pode-se fazer percussão com qualquer objeto, obtendo dos sons mais baixos e graves, aos mais altos e agudos; do toque de duas pedras ao badalar de um sino, encontramos percussão. Então, os povos primitivos usavam desse recurso sonoro para suas celebrações ritualísticas, ou melhor dizendo, para as comemorações tribais. Os atabaques do candomblé, o berimbau da capoeira e os tambores do samba não nos deixam quietos, se não nos movimentamos de início, logo nos vem imagens de situações de uso desses instrumentos (eis a virtualidade!). E isso, também, não é difícil de entender. Ora, de forma simplista, podemos dizer que a música é composta de melodia e ritmo. E esse segundo elemento está diretamente ligado ao movimento, ao corpo, ao sentir. Por isso a música eletrônica é contagiante - até mesmo para quem não a admira, e a denomina de "bate-estaca", numa tentativa onomatopéica de verbalizar o barulho de uma estaca sendo enterrada. Em sala, acompánhamos o desenvolvimento da música eletrônica de 1857 até os dias atuais. Vimos como esse movimento pós-guerra foi obsorvido pela "indústria cultural", e como a música eletrônica acompanhou esse processo a partir dos anos 80 (Vangelis, Jean Michel Jarre, Kraftwerk, as grandes bandas dos anos 80 como A-HA, Pet Shop Boys, Erasure, etc, Paul van Dyk e os hits atuais). Vimos, também, os diferentes estilos e suas origens GOA, HOUSE, PROGRESSIVE, PSY TRANCE, etc.
2- SOBRE RAVES & COMPORTAMENTO: o ponto de partida é que não podemos entender o fenômeno "rave", a partir dos Indoors, PVTs ou clubs que conhecemos hoje em dia - e que faz parte de grande parte da população jovem. Estes últimos são realizadas, geralmente em espaços privados fechados e organizadas por um promoter, com um tema definido. Os flies que as divulgam mostram uma preocupação gráfica em tornar atrativa e competitiva aquela atividade em relações à outras no espaço urbano. Geralmente há fotos de jovens com um padrão estético de god ou goddess e atrações conhecidas - sem contar com brindes, sorteios e promoções (cardápio clonado, ingresso clonado, etc). As raves surgem num contexto diferente, ao ar livre, com panfletos informando apenas local e data, sem autoria de iniciativa - apenas uma tentativa de agrupar pessoas para estarem mais próximas da natureza e dançarem por mais de 8 horas seguidas ao som da música eletrônica. Então qual o motivo de, em um determinado momento (e em várias localidades do planeta), estes movimentos culturais terem sido proibidos. Atentem para o que escrevemos: PROIBIÇÃO DE UM MOVIMENTO CULTURAL. Por causa do comportamento das pessoas que iam a essas "festas tribais". Isso mesmo, uma sociedade civilizada não pode conceber um comportamento tribal, porque este não serviria a fins econômicos imediatos. Mas não era essa a justificativa dada para o comportamento. Atribuiu-se, então, essa proibição pela questão do uso de drogas. E, de novo, nos deparamos com uma contradição de uma sociedade dominadora, porque as drogas às quais nos referimos aqui, são as ilícitas, já que as "lícitas", a saber, cigarro e álcool, também eram utilizadas nas festas "civilizadas". Bom, não vou continuar esta digressão, porque senão fugimos do nosso tema central, mas é importante ver o quão nós somos afastados das verdadeiras essências das coisas - aquilo que Baudrillard chama de simulacro. Então rave se tornou lugar de comportamentos ilícitos, não é? Entretanto, a massificação das identidades culturais, a anulação dos indivíduos, a exploração dos meios de trabalho e de lazer não são atos ilícitos? Muito bem. E quem disse que as raves são "locais de droga"? Por que não vê-las como o local onde se livra das drogas do cotidiano: opressões, desapropriações, stress de uma sociedade capitalista doente? Mas as drogas ilíctas estão lá - isso é fato. Mas não são da rave, isto também é fato! São, então, trazidas para as raves. E de onde são trazidas? De algum lugar imaginário, que só existe na cabeça dos frequentadores das raves? Ou dos centro urbanos, onde esses frequentadores de raves vivem? Se pararmos para analisar detalhadamente as coisas com suas causas e consequências (o que, dificilmente, um sistema capitalista nos permite fazer), perceberemos que há uma tentativa de encobrir as falhas de um sistema, delegando indivíduos "responsáveis" por essas falhas. Então, não vamos analisar por que as drogas existem, mas sim culpar a quem as utiliza. Ora, isso não é, outra vez incoerente, num sistema capitalista? Sim, pois o que é produzido deve ser consumido - qual a função da Publicidade e Propaganda se não for movimentar o comércio? Então, sabendo que o comércio da droga existe, é mais "conveniente" para o sistema, enquadrá-lo em um determinado setor ou grupo, do que torná-lo público. Aliás, palavra evitada no sistema capitalista - e, paradoxalmente, a essência das raves: transcender é a palavra de ordem. Escritores e políticos norte-americanos viveram esse movimento transcendental sem imaginar que seu país se tornaria o império materialista que é hoje: Thoureau, Emersom e Walt Whitman - sim, o Whitman do "Capitain, my Capitain!". então, caros amigos, não vejamos a rave como um local de "promiscuidade" ou "criminalidade", mas de pureza e elevação espiritual. Claro que não estou falando das pseudo-raves que vemos hoje em dia, já que elas deixaram de ser um movimento contra-cultural, como citou um aluno em sala e em postagens, para ser aceita pela sociedade. Um movimento que deixou de ser naturalista para se tornar urbano. Aproveito para dizer que, de acordo com Stuart Hall, defendo que as raves deixaram de ser movimentos contraculturais e passaram a movimentos sociais, pois o caratér de radicalidade foi perdido (ou simbioticamente assimilado pelo sistema, a ponto de ser apenas mais uma festa a se ir). Assim, termino esta reflexão com uma pergunta: qual a diferença entre: (1) ir a uma rave, (2) ir a um culto religioso, qualquer que seja ele, (3) ler um livro de auto-ajuda, e (4) consultar um terapeuta? O que poderia ser uma pergunta sem propósito, acaba direcionando a fragmentação de uma sociedade dita civilizada para o princípio tribal da cibercultura: não há diferença, pois todas as práticas conduzem a um bem-viver; a diferença vai ser institucional, no caso das igrejas (2), do comércio (3) ou da academia (4). Aguardo comentários!

sexta-feira, 2 de outubro de 2009

FINALIZAÇÃO DE NOTAS DA AP1

CAROS ALUNOS, HOJE CONCLUIMOS A NOSSA PRIMEIRA ETAPA NA DISCIPLINA COM O TEXTO POSTADO NO FÓRUM DO PORTAL ACADEMUS. TRATA-SE DA ÚLTIMA ENTREVISTA ANALISADA DO "CRONICAMENTE VIÁVEL" (NOBLAT e FERRÉZ). ÀQUELES ALUNOS QUE NÃO PARTICIPARAM DA AULA, OU AINDA, ÀQUELES QUE POR VENTURA NÃO PUDEREM ENREGAR A AVALIAÇÃO OPTATIVA ATÉ ÀS 23h59min DE HOJE, PODEM POSTAR SEUS COMENTÁRIOS ACERCA DESTE DEBATE AQUI, NESTE ESPAÇO. (VALOR DA ATIVIDADE: ATÉ 2,0).

segunda-feira, 28 de setembro de 2009

PROPOSTA PARA A SEMANA DE COMUNICAÇÃO SOCIAL - FANOR

Galera, acabei de pensar uma coisa... A Semana de Comunicação Social está chegando. Proponho aos alunos ABAIXO INDICADOS, a formação de uma mesa redonda com o tema "(DEZ)VANTAGENS DA VIRTUALIDADE A PARTIR DE CONCEITOS ATUAIS: CONTRA-POSIÇÕES E RE-SIGNIFICAÇÕES NECESSÁRIAS".
ALEXANDRE GRECCO
JOSE HENRIQUE
ISABEL COSTA
THIAGO OCCIUZZI
MARCUS VINÍCIUS
FERNANDA SOUZA
EVANDRO EVORA
LUZIA MONALISA
EDSON FIDALGO
LUIS BURGO
Este que vos fala presidirá a mesa. (15 minutos para cada participante. TOPAM?)
Acredito que vocês tem conteúdo para esta empreitada pelos trabalhos desenvolvidos em sala e nas postagens. Faço todo o suporte de orientador que se fizer necessário.
Os demais alunos não estão sendo esquecidos, por favor: NO DRAMA, PLEASE! (ROFL = rolling on the floor laughing / "ciberlinguagem"). Trata-se de uma forma de edificar o que vem sendo construído por esses alunos ao longo da disciplina.
Tenho certeza que estas discussões ajudarão em muito, os trabalhos finais da disciplina.
Então? Desafio (não é o ACTIVIA) lançado! E com um grande desejo de que seja abraçado por todos. Aguardo posicionamentos!

sexta-feira, 25 de setembro de 2009

ATIVIDADE ALTERNATIVA PARA NOTA - AULA 25/09/2009

AOS ALUNOS QUE PARTICIPARAM DA AULA DE HOJE COMO OUVINTES, OU AQUELES QUE PRETENDEM REGISTRAR OS SEUS COMENTÁRIOS A RESPEITO DA ENTREVISTA COM FERNANDO BONASSI E LUCIA SANTAELLA, ESTE É O MOMENTO. O FÓRUM PARA AS POSTAGENS DOS ENSAIOS ESTARÁ ABERTO DE HOJE ATÉ A PRÓXIMA SEGUNDA-FEIRA, 28/09/2009, ÀS 23:59min. POR FAVOR, VEJAM A DEFINIÇÃO DE ENSAIO EM http://pt.wikipedia.org/wiki/Ensaio E TENTEM APROXIMAR SUAS REDAÇÕES DESTE GÊNERO TEXTUAL. LEMBREM-SE: ANTES DE ESCREVEREM, PESQUISEM IDEIAS, REVISITEM OS TEXTOS, FUCEM... VOCÊS FICARÃO SATISFEITOS COM O RESULTADO!! VAMOS LÁ... MÃOS À OBRA...

terça-feira, 15 de setembro de 2009

ATIVIDADE PARA OS ALUNOS QUE NÃO PODERÃO ESTAR NA AULA DO DIA 18/09

CAROS ALUNOS, NOSSA AULA DO DIA 18/09/2009 TERÁ UM DEBATE COM BASE NO DEBATE ANEXADO A ESTE LINK. OS ALUNOS QUE NÃO PODERÃO ESTAR PRESENTES À AULA, NÃO SERÃO PREJUDICADOS EM NOTA, PODERÃO CONSEGUIR ATÉ OS (2,0) DA ATIVIDADE POSTANDO UM PEQUENO ENSAIO A PARTIR DO PONTO DE VISTA DE UM DOS ENTREVISTADOS. (ver definição e estrutura de ensaio em : http://www.ciberduvidas.com/pergunta.php?id=11443 "O termo ensaio deve-se a Michel de Montaigne (1533-1592), que publicou o seu livro «Les Essais» em 1580, e representa um género literário caracterizado, na sua origem, por um estilo dialogante, intimista, divagante e não sistematizado, baseado na liberdade individual, na reflexão sobre os negócios do mundo, e na busca de um pensamento original. [...] Por definição, um ensaio não tem estrutura predefinida. Basta-lhe que, tal como recomenda o bem senso, tenha princípio (introdução), meio (exposição e argumentação) e fim (conclusão)" DATA LIMITE PARA ESTA POSTAGEM: 18/09/2009 23:59'

domingo, 13 de setembro de 2009

Debate em sala mediado pela Jaqueline (noite)

Turma, após a discussão proposta pela Jacque, aluna de Cibercultura, da turma da noite, resolvi postar uma pauta de nossa aula da sexta-feira, para que outros alunos possam trazer novas discussões e propostas para a disciplina. O Lucas, na turma da manhã, já tem uma pauta também, para a próxima sexta. Trata-se da questão da websemântica, se não me engano! Esperemos a confirmação no "ESPAÇO ABERTO", e desde já, vamos procurando informasções sobre o assunto.
vale a pena ver o video em anexo, e seguem pontos a serem pesquisados:
* privacidade, (ou falta dela): realmente a perdemos, ou devemos resignificar o termo, pois agora temos um outro espaço para con-VIVER?
* inteligência artificial: pela dificuldade na definição do termos, vale a pesquisa na mãe wiki: http://pt.wikipedia.org/wiki/Inteligência_artificial
* cibercrime: trazendo para nossa realidade, o primeiro projeto sobre a questão foi apresentado à Câmara dos Deputados em 1999 - uma "criança" de 10 anos que ainda não nasceu. Vemos, mais uma vez, duas coisas (pelo menos): (1) a morosidade do Poder Legislativo, se é que ele existe como legislação e não apenas como PODER, e (2) uma ação obviamente contrária aos ideais democráticos.
* por fim, as noções de tempo e espaço, que nos acompanham e atordoam desde o início da disciplina! Para essa questão, vejam os textos de discussão da próxima aula, no portal!
Amplexos virtuais a tod@s!

quinta-feira, 27 de agosto de 2009

ESPAÇO ABERTO!

CAROS, ESTE EPAÇO FOI ABERTO PARA NOSSAS DÚVIDAS, PERGUNTAS, SUGESTÕES, ETC. ENTÃO, QUALQUER ASSUNTO QUE ACHAREM PERTINENTE SER DISCUTIDO OU COMPARTILHADO VALE A PENA ESTAR PRESENTE AQUI.

sexta-feira, 21 de agosto de 2009

120, 150, 200km/h (siga o link, ouça, reflita!)

Caros alunos,
esta postagem, de caráter nitidamente pessoal, reflete um profundo conhecimento do pensamento de Pierre Levy, que será o foco de nossa próxima aula. Assim, esta semana, faremos algo diferente! Não serão os 3 primeiros a postar que ganharão 0,5. Mas aqui segue a primeira questão de nossa AP1, no valor de 2,0 (data de fechamento das postagens: 04/09/2009).
_____________________________________________
Questão: O texto abaixo, retirado de um site da interenet, discute as noções de tempo-espaço e identidade no ciberespaço. Facilitei chaves de leitura, destacando algumas partes essenciais do texto, bastante discutidas na aula de ontem. Cada um de vocês deve postar um comentário, tematizando uma (ou mais) dessas chaves de leitura. Única exigência: escrevam seus comentários embasados nos textos disponibilizados. Repito: a correção levará em conta a sitematização e organização do CONHECIMENTO, mais do que as referências. _____________________________________________
CIBERESPAÇO, ESPAÇO CIBERNÉTICO, ESPAÇO VIRTUAL, ESPAÇO SIDERAL, DESIDERIUM, DESEJO...
por Joelma Chisté Linhares
...Começo a formular minha questão evocando o tempo. Em um carro a 40 Km/h já não conseguimos mais acompanhar as listras que demarcam a estrada. A velocidade com que avançam as descobertas tecnológicas produzem o sentimento de um tempo acelerado. Temos a nítida impressão que tudo acontece rápido demais e nos sentimos muitas vezes vagarosos para acompanhar este ritmo frenético, o que parece ser o primeiro sintoma, um indício das mudanças que estão se encaminhando. Diz um ditado popular que há tempo de plantar e tempo de colher. Talvez em tempos de um tempo online, esta diferenciação já não mais exista e, enquanto estou eu aqui, digitando este texto, exista um outro – e provavelmente o há – que tido esta mesma idéia já a tenha colocado na tela (eu ia dizer papel...) ou, então, neste mesmo momento em que tu lês o meu texto, ele já tenha se tornado um outro pelos efeitos que estas poucas e pretensiosas linhas podem ter te produzido. A velocidade desenfreada surge como prenúncio da virtualização do homem.
As nov@s tecnologias ditam a direção do ciberespaço e apontam para uma nova era cujas implicações na subjetividade humana pretendo levantar aqui. Estamos diante da virtualidade, da virtualização, do que é virtual, do que é e do que não é ao mesmo tempo, do nada e do tudo. Estamos diante das potencialidades de atualização. O virtual , por um lado, representa o novo, o desconhecido, um jogo de forças atuando no sentido de criar um nível de tensão X que provoque uma simulação, uma individuação. Por outro lado, este novo, quando tornado conhecido, desvela e introduz uma lógica que repete a experiência deste novo, porque ele mesmo funciona de acordo com uma lógica da desterritorialização, do devir, do processo: a lógica da virtualização. Podemos dizer que o virtual se apresenta como uma experiência de metaestabilidade e, ao mesmo tempo, é a própria metaestabilidade. O fim das certezas absolutas, o fim dos territórios demarcados, agora, tudo se resume ao espaço.
A comunicação entre os humanos é o que permite ao homem tornar-se cidadão. É através das diversas formas de linguagem que o homem consegue se organizar em sociedade, estabelecendo leis de convivência, firmando e transmitindo valores e conhecimentos. Tomemos, então, as técnicas de comunicação utilizadas pelo homem para entendermos a relação que este vem estabelecendo com o mundo e a nova relação que se delineia.
Podemos situar, historicamente, quatro níveis: o oral, o escrito , os meios de comunicação de massa e o que advém com a infovia, com a rede da informação. A oralidade, a forma de mediação entre os humanos que dispensava a escrita, tinha um caráter essencialmente democrático. Todos tinham sua vez como agentes transformadores. O conhecimento se constituía como um processo de vir a ser, na medida em que não havia forma de perpetuar a palavra falada. Quando nos dispomos a atualizar alguma idéia e usamos palavras para isso, não mais estamos falando sobre a coisa em si. A coisa é, como dizemos, re-produzida, produzida novamente, é re-inventada. Tudo estava centrado na enunciação, no ato presente e, sobretudo, na memória. Havia, pois, uma relação com a desterritorialização, com o fluxo e a simulação num nível mais ligado à concretude e ao pensamento mítico.
Com o advento da escrita no século V a.C., surgem novas formas de se relacionar com o mundo, novas formas de habitá-lo. A palavra passa a ser registrada. Substitui-se o fluxo e o olhar mágico em prol de um entendimento mais realístico guiado pela abstração. O que foi dito, já não pode mais ser desdito. A palavra impressa não se apaga e isso repercute profundamente na forma do homem de existir. Os escritos se separam do tempo e do espaço, criando uma noção de historicidade que não existia na oralidade.
Por ser essencialmente um ato individual, a escrita tem o poder de distanciar as pessoas do saber, elitizando e mumificando o conhecimento. Sustenta a busca pela universalidade, pelo objetivo, tornando-se estática. Quantas vezes, ainda hoje, em uma aula inaugural, ao nos defrontarmos com o autor de um livro que figura no programa de alguma disciplina, não nos vemos atônitos diante da percepção de um homem ou uma mulher que caminha, fala e se engasga como qualquer mortal? O autor de um livro, o pensador de uma idéia, pelo distanciamento que a escrita provoca, é elevado à posição de uma entidade superior e suporta um saber inquestionável. Um exemplo disso é o Caso Dora, escrito por Freud , que com todos os seus enganos e exageros foi usado durante anos no meio acadêmico para a formação de psicanalistas e só recebeu uma crítica adequada e à altura após cinqüenta e seis anos de publicado.
Digamos, então, esforçando-nos para não cairmos em reducionismo e sem deixar de considerar a enorme contribuição desta evolução para a humanidade, que a era da palavra escrita aponta para um paradigma onde o modo de existir é predominantemente cristalizado, que se define pela ocupação de lugares determinados. É evidente que quando falamos na era da escrita e num modo de existir sedentário que a acompanha e lhe diz respeito, estamos fazendo uso de um modelo para explicar algo que, na verdade, além de ter sido fundamental, é determinado pela conjunção de múltiplos fatores.
Esta subjetividade que está em questão é uma subjetividade produzida pelos meios de produção capitalística, é o que Guatarri (1993) chama de máquina produtora de subjetividade industrializada. Já começamos a transitar aqui, no âmbito dos meios de comunicação de massa eletrônicos, onde a mídia – como um suporte tecno-intelectual da linguagem humana – é o grande instrumento de produção de desejo com seus modelos perfeitos de sucesso e felicidade. E na mesma medida em que gera desejo, se oferece como capaz de preencher os buracos que cria, destituindo o homem da possibilidade de fazer seu próprio caminho. Parece que em todas as direções encontramos lugares a serem ocupados. O jovem que só se sente aceito por calçar determinada marca de tênis, o leitor que é incapaz de produzir diferenças através do que lê, fazendo suas as palavras do escritor, ou aquele que é incapaz de enunciar a quem interesse suas críticas, o que acaba tendo o mesmo efeito.
Os meios de comunicação de massa, ao contrário do que acontecia na oralidade e na era da escrita, alcançam em tempo real um contingente imenso de indivíduos. Além disso, como externalizações das percepções humanas (televisão como um olho coletivo e o rádio como um ouvido coletivo), propagam interpretações parciais sustentadas em interesses bem definidos como se fossem verdades absolutas. A falta de exposição na mídia de outras posições que façam frente a este olhar parcial permite que ele seja captado sem nenhuma crítica como único possível, criando uma hegemonia, uma homogenização alienada, presa, territorializada. Temos aqui, como afirma Cândido(1999), a subjetividade passiva oriunda de um sistema de comunicação violador, intruso, unidirecional. O ápice da territorialização.
E, de repente, estamos nós perante a máquina... e pela máquina, perante a Internet, que não é nem a oralidade, nem a escrita, nem a televisão ou o rádio, nem o simples resultado do complemento destes suportes de comunicação. Sons, palavras e imagens num universo virtual. Ciberespaço, espaço cibernético, espaço virtual, espaço sideral, desiderium, desejo...
Vislumbramos uma nova relação com o mundo, com a cultura, com o conhecimento. O virtual, como escreve Lévy (1996), não se presta como contraponto ao real, de onde se conclui que o virtual não significa fora da realidade, como muitos apregoam. O virtual, por outro lado, se contrapõe ao atual, sendo que este não mantém uma relação de determinação com aquele. Isso quer dizer que uma atualização não nos leva de volta à virtualização que a gerou, ao contrário da relação do real com seu contraponto, o possível, que mantém uma relação de causa e efeito perfeitamente reversível, num processo linear, pré-determinado e, por isso, previsível.
A atualização é sempre inédita, inventiva e se constitui como território, em termos de uma resposta a um problema anterior. Virtualizar significa dissolver algo que se apresenta como atualização em um universo de diferenças. É sair da presença, é abandonar o território.
Significa potencializar esta atualização, no sentido de inscrevê-la em um todo maior, colocar nela uma interrogação que a faça tornar-se parte de um complexo problemático superior, o que levará, num espiral infinito, a novas atualizações e novas virtualizações. Este é um processo profundamente criativo cujos resultados surgem do inusitado jogo entre diferenças.
O texto digital constitui o protótipo da virtualização. O papel que podia amarelar-se com o passar dos tempos, a letra escrita à mão, a pressão no papel... Os significantes que habitavam o texto escrito perdem lugar. Na tela, eles são filtrados, substiuídos por outros significantes nada palpáveis. Um tipo de letra, uma imagem, um áudio, um texto formatado que me dirá deste outro tudo aquilo que posso construir a partir da rede de símbolos que me é transmitida. De concreto, só a máquina.
O primeiro indício da virtualização é a sensação de desassossego que sentimos frente às constantes mudanças. A velocidade do sistema online torna o tempo para tudo mais estreito. A rapidez com que uma idéia se atualiza e é substituída por outra, parece ser a mesma que faz com que tenhamos que nos reconstruir dia a dia. Se virtualizar-se é sair da presença, a velocidade é, então, um ingrediente efetivamente importante. Reflete claramente a descartabilidade das coisas no mundo atual.
De outra forma, como relata Lévy (1996), já percebemos a virtualização da sociedade nas novas tecnologias da comunicação, do transporte, da medicina, da economia e da política, repercutindo em uma subjetividade que prima pela mobilidade, que transita pelo diferente. A Internet, o enorme mercado do turismo, os transplantes de órgãos, as plásticas estéticas, o esporte em alta, o mercado do conhecimento e da informação... reflexos de uma virtualização que ainda entra em choque com um tipo de subjetividade que reluta, hesitante, em deixar o velho território, uma subjetividade às vezes saudosista, que teme correr riscos, uma subjetividade da propriedade privada. A subjetividade virtualizada se desprende da identidade, pois, apesar de se atualizar – que significa exatamente construir território, o que também é essencial – não mais se satisfaz em agarrar-se a ele. Está o tempo todo se deixando tocar pelo fluxo de forças que vibram constantemente em todos os sentidos. Uma subjetividade ativa, atuante, participativa, móvel, que ama a tempestade, a deseja e a provoca. O ciberespaço é o habitat do desejante.

quarta-feira, 19 de agosto de 2009

Novidades!!!

Caros alunos, conforme e-mail recebido por mim pelo Prof. Galtier, segue mais um contato interessante para vocês dentro do SL: Empreendedor Mighty, um funcionário do Sebrae, que ministra cursos de construção em nível iniciante e avançado. Uma boa oportunidade, além de ser mais um contato para pesquisas! Ele já está adicionado ao grupo, assim, vocês podem contactá-lo, caso precisem. Inclusive encontrei o blog dele, e já foi adicionado ao nosso. Vocês pode dar uma conferida antes! NOVAS TURMAS DEVEM INICIAR AS AULAS NO PRÓXIMO MÊS, FIQUEM ATENTOS À PROGRAMAÇÃO... Já que soube que tem gente querendo ganhar dinheiro lá por dentro!!! Segue o e-mail recebido: de: galtier2009@gmail.com para: jose.junior@fanor.edu.br data: 19 de agosto de 2009 01:48 assunto: Greetings! My dear friend and colleague, Professor Lins (FANOR/Br), Have just met this morning a Brazilian ava, from an institution in your country, that gives basic and advanced classes on SL tools... As I found it interesting, added him to the group, and gave a special function for him: Helper. This way, I guess students have another source besides me, as i am not available all the time, as my life still runs in SL - you know that! So, just let them know, ok? Sincerely, Galtier

domingo, 9 de agosto de 2009

Class 01 - Definitions

Dear Students, according to your last class at Fanor with Professor Lins, those topics were discussed in class. So, we are willing to hear your ideas about them. Below, some references as a help. Now, GO AHEAD!!!

ABOUT SCIENCE

1- Read this article and pay attention to the last 3 paragraphs. http://www.webartigos.com/articles/7048/1/o-que-e-ciencia-afinal/pagina1.html

2- http://www.unicamp.br/~chibeni/texdid/ciencia.pdf

ABOUT SECOND LIFE

1- A very good Brazilian site about news on SL (the virtual REPORTER IG needs na up-date)

http://colunistas.ig.com.br/secondlife/

2- The basics about SL (read the complete article, specially “descrição geral do sistema”! and “o Brasil no SL”): http://pt.wikipedia.org/wiki/Second_Life

ABOUT SOCIAL INTERACTION

1- http://pt.wikipedia.org/wiki/Rede_social

2- SL in Brazil: a (un)successful experience? “...embora o Second Life tenha perdido o interesse do ponto de vista publicitário, já que não se massificou, ele ajudou a criar uma cultura dos ambientes virtuais que vai evoluir e se consolidar. Pode ser que a gente olhe para trás daqui a alguns anos e veja que o Second Life foi o tataravô das experiências de navegação em 3D, que vingaram porque apareceram no momento certo”. Follow the site.

http://info.abril.com.br/professional/redes-sociais/second-life-fecha-as-portas-no-brasil.shtml

Best wishes!

Professor Galtier.